terça-feira, 17 de fevereiro de 2009


Sobre amor e ilusão

Depois de um tempo você percebe,
sei que percebe,
Que o amor não é absolutamente nada
do que você achou que o fosse,
Que as músicas eram só co-incidências
E os olhares somente ilusão.

Percebe que amor é pura necessidade fisiológica
E que tateara na vida

como um cego no escuro,
perdido, sem direção.

Percebe que o que é sensível ao tato
não é amor,
Pois o amor não pode ser sentido

com o sentido do toque.

Então,
se lembrares que um dia ouvira "te amo muito e pra sempre!"
Esqueça...,
Não se pode medir
o que mesmo com a imaginação

não se pode conter;

Mas você percebe, sei que percebe.
Que aceno com a mão não é flecha de cupido,
Que quando alguém lhe diz,
[e várias vezes dirão,
"Eu te amo", como se fosse "bom dia",
Percebe que "eu te amo" quis dizer exatamente "bom dia",
Mais nada.

Porque se se é Amor,
Não há tempo que o prenda ou restrinja.
Não se ama por uma noite ou final de semana,
ou mesmo por anos...
Só se é amor se se for pra sempre.

Mas você já sabia disso.
sabia que as pessoas mentem pra lhe DEIXAR feliz,
E se não há nada que lhe deixe mais feliz
Que alguém que te ame de verdade,
Se você não tem nenhum hobby,
Não joga bola, não faz caminhada,
Não assiste a peladas...,
Não se desespere (muito)
Existem várias formas praticamente indolores de suicídio
Que lhe serão bastante úteis adiante,
Quando tu vires que toda a tua vida
Não passou da realidade.

Perceberás então
que Amor não se escreve em cartas
E não se lê em livros,
não se faz no ato
nem exala das cenas de amor
dos filmes

Quando se livrares do amor-moeda
que suborna o mundo
e perceberes
que flores não pagam sorrisos,
que castrar plantas não é nada romântico
E que romance é apenas fantasia da hello kitty,

que "...não há príncipes ou princesas,
nem cavalos brancos..."
[no máximo um jegue e uma espada de plástico,

Pode ser que nesse momento,
se ainda respirares ou fores inda humano,
Você sinta, se é que sente,
[e não perceba ou entenda
Sem fantasias de carnaval ou imãs de geladeira,
O que de fato é
Amor sem fim.



Manoel Guedes de Almeida
Santos-SP, 13 de abril de 2008 (3h57min).

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