quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Fachada remota.














 Não existe motivação para a poesia.

Ao menos a minha, é opaca.

Influenciada pela embriaguez da lua.

Ou a chegada da madrugada.

 

Por quê, ora ou outra, mastigado

Por uma débil alegria

Estou a catar os copos

Do último festim, feito sangria.

 

E esse balão morno, invólucro

De ventania

Come o vesgo óbolo

Para reinar no vicio, na putaria;

Festejar um escândalo nascente

Do poeta e seu Deus um simulacro.

 

Não, só o que bebo, e recaio,

Como um trovão, apartado da luz,

Como um beijo de fim, sem laço,

Não escrevi com sangue, disfarço,

A cantilena do que sou.

 

Fiquem com as ruas, calçadas, postes;

Com tudo o que quiserem

Motivação é merda, estro é desdém

Poesia é mentira.

 

 

 Thymochenko C.

 

Nenhum comentário: